Se eu fosse do tipo que faz pós-graduação em Tik Tok, podia faz tempo ter me autodiagnosticado com TDAH. Desde sempre (e vale pensar em quão cedo é cedo demais pra se preocupar em “fazer coisas”) eu tenho uma dificuldade enorme em trabalhar na mesma coisa, no mesmo projetinho, por tempo suficiente pra finalizar - ou ter algum resultado significativo.

Não é estranho, então, que eu, de forma bastante frustrada, já tenha experimentado vários desses “sistemas de produtividade”. Apesar de não ter adotado nenhum direito, eu fui atrás de entender o que cada um faz de diferente, qual é o embasamento e pesquisa por trás de cada um - se é que existem. E pra vários deles, existem mesmo:

Kanban

  • Visualizar o trabalho nos ajuda a entendê-lo
  • A atenção simultânea a mais de uma coisa tem um limite, normalmente, baixo

Checklist

  • A memória é falha para se confiar tarefas complexas a ela
  • Não se pode supor que múltiplas pessoas trabalhando na mesma coisa estão alinhadas em relação aos objetivos e etapas, sem comunicação explícita

GTD

  • Existe um número grande demais de tarefas (em geral, de formato pouco definido) na vida moderna
  • Ter muitas tarefas “em aberto”, ou com próximo passo indefinido, gera estresse

Pomodoro

  • A concentração em uma atividade tem um limite de tempo baixo

Zettelkasten

  • Geração de conhecimento exige processamento da informação para entender seu contexto e relevância
  • O conhecimento na mente humana é profundamente interconectado
  • Identificar as fronteiras de uma única ideia ajuda a estruturar o conhecimento

O problema é que só nessa listinha ai já temos 10 fatores psicológicos/comportamentais/neurológicos que agem ao mesmo tempo. Acho que é daí que surge o problema fundamental com sistemas de produtividade: você muito facilmente começa a gastar uma parcela impotante do seu tempo e energia só com o overhead, isso é, com o planejamento/organização em si.

… (CONTINUA QUANDO ACABAR A GUERRA NA UCRÂNIA)